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sábado, 11 de janeiro de 2014

Desde pequeno sempre quis ser como o meu pai. Ele fazia coisa incríveis.”



Nome completo: Edmilson Alves Lopes Perreira Barros
Clube: Universidade de Massachusetts Boston
Residência: Estados Unidos da América, Boston

Edmilson Alves Barros é um jovem futebolista cabo verdiano. Começou a dar os primeiros pontapés na bola em Achada de Santo António. Aos 11 anos mudou-se para os Estados Unidos, acompanhado do irmão, ao encontro da mãe que não via a 5 anos.
Edmilson aceitou responder as questões de um fã e deste modo relembrar a sua terra natal, o passeio na Prainha acompanhado do pai, as traquinices e os castigos por causa da bola. Isto sem esquecer, do sonho de um dia jogar no FC Barcelona ou na Selecção Nacional; da triste notícia de não puder ir aos Jogos da Lusofonia, de como surgiu a oportunidade de jogar nos Estados Unidos, entre outras coisas.

1. Como é que te descreves como jogador?
R: Sou um jogador disciplinado, dedicado e determinado.
2. Como surgiu a oportunidade de jogar em Estados Unidos?
R: Quando eu tinha 6 anos, minha mãe veio para os Estados Unidos e fiquei com a minha avó (em Achada Santo António, “Txada”). Foi nessa zona que dei os meus primeiros pontapés na bola. Digamos que encontrei o caminho para a felicidade. A minha paixão pelo futebol é enorme.
Na altura, eu acompanhava o meu pai Victor “Torta” Lopes todos os dias a Prainha, onde íamos jogar. Depois regressava e preparava para ir as aulas. Desde pequeno sempre quis ser como o meu pai. Ele fazia coisa incríveis. Coisas só possíveis de fazer com bastante treino.
Com 11 anos, eu e o meu irmão (17 anos) viemos ter com a nossa mãe. Logo a chegada sentimos as diferenças entre os dois países, sobretudo a nível cultural e a nível da linguagem. Apesar das dificuldades, nunca desistirei porque o meu sonho sempre foi, e ainda é, ser um futebolista profissional.
Depois de 2 anos a viver aqui, um amigo meu (Jonathan Gomes) convidou-me para treinar no Valeo Futbol Club. Fui, o treinador gostou da maneira como jogo e perguntou-me se eu queria fazer parte do clube. Resumindo, foi uma oportunidade para mostrar o meu talento para o povo dos Estados Unidos e toda a comunidade cabo verdiana aqui residente.
3. Fazes parte do Estrela Negra, mais também jogas pela Universidade de Massachusetts Boston. Poderias nos explicar essa situação?
R: Aqui se não és um jogador profissional podes jogar em qualquer equipa. Desde que a mesma te aceite no seu plantel. Faço parte do Estrela Negra (Liga NELASA, onde os jogos são realizados a cada verão), porém durante o ano letivo represento a Universidade de Massachusetts Boston na Liga LEC (Little East Conference).
4. Sentes que tens recebido o apoio da comunidade cabo-verdiana residida em Boston?
R: Sim, sem dúvidas. O apoio que tenho recebido dos cabo verdianos residentes em Boston é enorme. Não só em Boston, como Brockton, New Bedford, Fall River, Pawtucket (Rhode Island).
5. Por agora qual é o teu principal objectivo?
R: De momento quero terminar o meu 1º ano de universidade com uma boa média e melhorar os meus dotes futebolísticos. O meu grande objectivo é ser campeão da "Little East Conference".
6. Como conciliar a vida de estudante e a paixão pelo futebol?
R: É complicado. As vezes fico sem saber qual escolher. Sei que tanto a escola como o futebol são importante, mais meus pais sempre me disseram "skola antis bola". Contudo, a que arranjar tempo para conciliar as duas coisas. (risos)

Cabo Verde, os Tubarões Azuis e o futebol cabo verdiano…
Infelizmente a decisão da FCF, para nós atletas, não é a melhor. Ela nos tira uma oportunidade fantástica.”


7. Tens seguido o percurso dos Tubarões Azuis? O que mais te impressionou até agora pela positiva e o que te afectou pela negativa?
R: Sempre! Até porque acredito que um dia, com a ajuda de Deus, representarei a minha bandeira. O que mais me impressionou foi a campanha que fizemos rumo ao Brasil 2014. O esforço e a dedicação dos jogadores foi extraordinário. Pena que não terminou como desejado.
Pela negativa, o que mais me afecta é a não participação da nossa selecção de futebol nos Jogos da Lusofonia deste ano. Fiquei triste quando soube da notícia porque jogadores como Heldon, Gegé, Stopira… passaram a ser valorizados em torneios como este. Muitos talentos cabo verdianos poderiam ser reconhecidos quiçá a nível mundial. Infelizmente a decisão da FCF, para nós atletas, não é a melhor. Ela nos tira uma oportunidade fantástica.
8. Por seres um jovem, e com aspirações em representar os Tubarões Azuis, o que achas que tens a fazer para um dia seres chamado a selecção nacional?
R: A luta continua. Tenho que ser dedicado e trabalhar duramente. Um dia representarei a selecção nacional se Deus quiser.
9. Visto que te encontras num país estrangeiro, o que é que te faz lembrar Cabo Verde?
R: O que mais me faz lembrar de Cabo Verde são as fotos da minha infância. Fotos da minha família, meus amigos… Essas fotos me lembram as minhas traquinices por causa da bola. Os dias em que fugia de casa para jogar e de seguida ser castigado porque diziam que tinha que seguir as regras impostas em casa.
Uma vez me mandaram comprar manteiga e açúcar para o pequeno-almoço. Fui e vi os meus amigos numa partida de futebol. Fui la jogar e fiquei até a hora do almoço. Meu irmão foi a minha procura e eu ainda não tinha comprado o que me foi pedido. Fui a porrada e tabefes. Depois de ter feito o mandado em vez de fazer a entrega em casa voltei para o jogo. A noite quando cheguei em casa a surra foi muito pior. (Risos)
Por outro lado tenho a música que sempre fez parte da minha vida, visto que pertenço a uma família de músicos. O meu avô Nho Djonzinho Alves (pai de Kim, Kako e To Alves) foi um grande músico de Cabo Verde.
Futebol mundial: sonhos, alegrias e aspirações…
Gostaria de um dia poder jogar no FC Barcelona…”


10. Tens o sonho de jogar num clube de topo a nível mundial? Ou um campeonato que consideras ser especial?
R: Todos sonham jogar num clube de topo. Gostaria de um dia poder jogar no FC Barcelona, mais para isso tenho muito que trabalhar.
11. Qual o momento que descreves como sendo o mais bonito da tua carreira ou da tua caminhada no mundo do futebol até o momento?
R: "Massachusetts" U18 State Cup Champions 2013
12. Quem é o teu ídolo?
R: Ronaldinho Gaúcho e Neymar mais também gosto da forma como o Messi joga.
Ping-pong: perguntas de respostas rápidas…
13. Cabo Verde?
R: Minha vida!
14. Heldon ou Ryan Mendes?
R: Boa pergunta. (risos) Ambos são bons jogadores, bastante talentosos e com futuro brilhante mas prefiro o Heldon.
15. Ronaldo ou Messi?
R: Messi (4 Ballon d’or) isto é de se louvar e Cristiano apenas um.
16. Copa do mundo?
R: Como Cabo Verde não estará presente apoiarei o Brasil (Neymar) e a Espanha (pelo futebol que praticam).

Por: Nilton Ravier Cesare


videoprodígio do futebol cabo verdiano nos E.U.A




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