“Desde
pequeno sempre quis ser como o meu pai. Ele fazia coisa incríveis.”
Nome completo: Edmilson Alves Lopes Perreira Barros
Clube: Universidade de Massachusetts Boston
Residência: Estados Unidos da América, Boston
Edmilson
Alves Barros é um jovem
futebolista cabo verdiano.
Começou a dar os primeiros pontapés na bola em Achada de Santo
António. Aos 11 anos mudou-se para os Estados Unidos, acompanhado do
irmão, ao encontro da mãe que não via a 5 anos.
Edmilson aceitou
responder as questões de um fã e deste modo relembrar a sua terra
natal, o passeio na Prainha acompanhado do pai, as traquinices e os
castigos por causa da bola. Isto sem esquecer, do sonho de um dia
jogar no FC Barcelona ou na Selecção Nacional; da triste notícia de
não puder ir aos Jogos da Lusofonia, de como surgiu a oportunidade
de jogar nos Estados Unidos, entre outras coisas.
1.
Como é que te descreves como jogador?
R:
Sou
um jogador disciplinado, dedicado e determinado.
2.
Como surgiu a oportunidade de jogar em Estados Unidos?
R:
Quando
eu tinha 6 anos, minha mãe veio para os Estados Unidos e fiquei com
a minha avó (em Achada Santo António, “Txada”). Foi nessa zona
que dei os meus primeiros pontapés na bola. Digamos que encontrei o
caminho para a felicidade. A minha paixão pelo futebol é
enorme.
Na
altura, eu acompanhava o meu pai Victor “Torta” Lopes todos os
dias a Prainha, onde íamos jogar. Depois regressava e preparava para
ir as aulas. Desde pequeno sempre quis ser como o meu pai. Ele fazia
coisa incríveis. Coisas só possíveis de fazer com bastante treino.
Com
11 anos, eu e o meu irmão (17 anos) viemos ter com a nossa mãe.
Logo a chegada sentimos as diferenças entre os dois países,
sobretudo a nível cultural e a nível da linguagem. Apesar das
dificuldades, nunca desistirei porque o meu sonho sempre foi, e ainda
é, ser um futebolista profissional.
Depois
de 2 anos a viver aqui, um amigo meu (Jonathan Gomes) convidou-me
para treinar no Valeo Futbol Club. Fui, o treinador gostou da maneira
como jogo e perguntou-me se eu queria fazer parte do clube.
Resumindo, foi uma oportunidade para mostrar o meu talento para o
povo dos Estados Unidos e toda a comunidade cabo verdiana aqui
residente.
3.
Fazes parte do Estrela Negra, mais também jogas pela Universidade de
Massachusetts Boston. Poderias nos explicar essa situação?
R:
Aqui
se não és um jogador profissional podes jogar em qualquer equipa.
Desde que a mesma te aceite no seu plantel. Faço parte do Estrela
Negra (Liga NELASA, onde os jogos são realizados a cada verão),
porém durante o ano letivo represento a Universidade de
Massachusetts Boston na Liga
LEC
(Little East Conference).
4.
Sentes que tens recebido o apoio da comunidade cabo-verdiana residida
em Boston?
R:
Sim, sem dúvidas. O apoio que tenho recebido dos cabo verdianos
residentes em Boston é enorme. Não só em Boston, como Brockton,
New Bedford, Fall River, Pawtucket (Rhode Island).
5.
Por agora qual é o teu principal objectivo?
R:
De momento quero terminar o meu 1º ano de universidade com uma boa
média e melhorar os meus dotes futebolísticos. O meu grande objectivo é ser campeão da "Little East Conference".
6.
Como conciliar a vida de estudante e a paixão pelo futebol?
R:
É
complicado. As vezes fico sem saber qual escolher. Sei que tanto a
escola como o futebol são importante, mais meus pais sempre me
disseram
"skola
antis bola". Contudo, a que arranjar tempo para conciliar as
duas coisas. (risos)
Cabo
Verde, os Tubarões Azuis e o futebol cabo verdiano…
“Infelizmente
a decisão da FCF, para nós atletas, não é a melhor. Ela nos tira
uma oportunidade fantástica.”
7.
Tens seguido o percurso dos Tubarões Azuis? O que mais te
impressionou até agora pela positiva e o que te afectou pela
negativa?
R:
Sempre! Até porque acredito que um dia, com a ajuda de Deus,
representarei a minha bandeira. O que mais me impressionou foi a
campanha que fizemos rumo ao Brasil 2014. O esforço e a dedicação
dos jogadores foi extraordinário. Pena que não terminou como
desejado.
Pela negativa, o que
mais me afecta é a não participação da nossa selecção de futebol
nos Jogos da Lusofonia deste ano. Fiquei triste quando soube da
notícia porque jogadores como Heldon, Gegé, Stopira… passaram a
ser valorizados em torneios como este. Muitos talentos cabo verdianos
poderiam ser reconhecidos quiçá a nível mundial. Infelizmente a
decisão da FCF, para nós atletas, não é a melhor. Ela nos tira
uma oportunidade fantástica.
8.
Por seres um jovem, e com aspirações em representar os Tubarões
Azuis, o que achas que tens a fazer para um dia seres chamado a selecção nacional?
R:
A
luta continua. Tenho que ser dedicado e trabalhar duramente. Um dia
representarei a selecção nacional se Deus quiser.
9.
Visto que te encontras num país estrangeiro, o que é que te faz
lembrar Cabo Verde?
R:
O
que mais me faz lembrar de Cabo Verde são as fotos da minha
infância. Fotos da minha família, meus amigos… Essas fotos me
lembram as minhas traquinices por causa da bola. Os dias em que fugia
de casa para jogar e de seguida ser castigado porque diziam que tinha
que seguir as regras impostas em casa.
Uma
vez me mandaram comprar manteiga e açúcar para o pequeno-almoço.
Fui e vi os meus amigos numa partida de futebol. Fui la jogar e
fiquei até
a hora do almoço. Meu irmão foi a minha procura e eu ainda não
tinha comprado o que me foi pedido. Fui a porrada e tabefes. Depois
de ter feito o mandado em vez de fazer a entrega em casa voltei para
o jogo. A noite quando cheguei em casa a
surra foi muito pior.
(Risos)
Por
outro lado tenho a música que sempre fez parte da minha vida, visto
que pertenço a uma família de músicos. O meu avô Nho Djonzinho
Alves (pai de Kim, Kako e To Alves) foi um grande músico de Cabo
Verde.
Futebol
mundial: sonhos, alegrias e aspirações…
“Gostaria
de um dia poder jogar no FC Barcelona…”
10.
Tens o sonho de jogar num clube de topo a nível mundial? Ou um
campeonato que consideras ser especial?
R:
Todos
sonham jogar num clube de topo. Gostaria de um dia poder jogar no FC
Barcelona, mais para isso tenho muito que trabalhar.
11.
Qual o momento que descreves como sendo o mais bonito da tua carreira
ou da tua caminhada no mundo do futebol até o momento?
R:
"Massachusetts" U18 State Cup Champions 2013
12.
Quem é o teu ídolo?
R:
Ronaldinho Gaúcho e Neymar mais também gosto da forma como o Messi
joga.
Ping-pong:
perguntas de respostas rápidas…
13.
Cabo Verde?
R:
Minha
vida!
14.
Heldon ou Ryan Mendes?
R:
Boa pergunta. (risos) Ambos são bons jogadores, bastante talentosos
e com futuro brilhante mas prefiro o Heldon.
15.
Ronaldo ou Messi?
R:
Messi (4 Ballon d’or) isto é de se louvar
e
Cristiano apenas um.
16.
Copa do mundo?
R:
Como
Cabo Verde não estará presente apoiarei o Brasil (Neymar) e a
Espanha (pelo futebol que praticam).
Por:
Nilton Ravier Cesare
video : prodígio do futebol cabo verdiano nos E.U.A
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