Grande entrevista Séka Peli: Gilson Varela
Gilson Varela
cresceu em Ponta d’Agua e sempre foi muito precoce. Com oito anos
de idade já jogava com miúdos de onze e doze anos. Facto que lhe
permitiu tornar-se forte no futebol de rua. Isto é, ganhou
maturidade, tornou-se um jogador técnico, rápido e muito forte no
um contra um.
Gilson aceitou
conversar com o Séka Peli, onde ele fala de diferentes temas
da sua vida quotidiana. A começar pela bolsa de estudo que ganhou
após a conclusão do ensino secundário, seguido da experiência no
futebol ucraniano, entre outras coisas. Confira os melhores momentos…
“Quis
candidatar-me ao curso médio… fui um dos escolhidos e hoje estou
aqui.”
Como
é que te descreves como jogador?
R:
Sou um jogador técnico (forte no um contra um) com um remate potente
e muito rápido, o que me permite driblar com facilidade.
A
quanto tempo estás em Portugal e como surgiu a oportunidade de jogar
fora de Cabo Verde?
R:
Estou em Portugal, a 5 anos. Ganhei uma bolsa de estudo quando
terminei o ensino secundário. Quis candidatar-me ao curso médio e
graças a Deus fui um dos escolhidos e hoje estou aqui. Sempre tinhas
sonhos, quando eu era criança. Então quando cheguei a Portugal, o
meu principal objetivo era os estudos. Porém, nunca esquecia da
bola. Assim sendo, tentei conciliar a escola e o futebol e graças a
Deus, terminei o meu curso médio e hoje estou atrás do meu sonho.
Como
é o teu dia-a-dia?
R:
Dedico-me ao futebol. Neste momento tenho um contrato e não faço
mais nada além do futebol. Treino duas vezes por dias (de manhã às
10h e a tarde às 18h30).
Como
era a tua vida em Cabo Verde? Fazias parte de alguma escola de
futebol?
R:
(risos) Em cabo verde… a minha realidade era outra. Estudava de
manhã e tinha toda a tarde livre. Quando chegava da escola, almoçava
e depois aproveitava o resto do dia para descansar, estudar e jogar
futebol. Era quase sempre uma peladinha com os amigos. Tinha um campo
de futebol atrás da minha casa, Ponta d' Água. Na altura andava na
Escola EPIF (Djedji).
Depois
de chegar a Portugal, como foi o teu percurso?
R:
Cheguei em Portugal, no dia 6 de Novembro 2009. Já estava consciente
que a partir do momento em que deixar a minha família e os meus
amigos, que as coisas iam mudar. Quando cheguei tudo era diferente,
com exceção a língua portuguesa que não era novidade para mim.
Tinha que esforçar para atingir os meus objetivos. Depois de
adaptar-me ao país tudo ficou mais fácil.
Por
agora qual é o teu principal objetivo?
R:
Ser jogador profissional, e jogar na primeira liga portuguesa (Liga
Zon Sagres), para poder sonhar com a minha primeira chamada a seleção
nacional.
Futebol
mundial: sonhos e ambições…
“…minha experiência na primeira liga Ucraniana, no Vollyn Lutsk (…) foi uma
experiência boa. A partir dali melhorei bastante como jogador.”
Tens
seguido a trajetória da seleção nacional de futebol? O que mais te
emocionou e o que mais te afetou?
R:
O que mais me emocionou foi a campanha do apuramento para o Brasil
2014. Depois de estar na última posição do grupo, de uma assentada
passamos ao primeiro lugar. Por isso a minha maior tristeza foi
quando soube que estávamos fora do play-off de acesso ao mundial.
O
que achas que tens a fazer para um dia seres um Tubarão Azul?
R:
Me considero um Tubarão Azul… porém, para um dia representar a
seleção nacional tenho é que continuar a trabalhar para crescer
como jogador e como homem e chegar ao mais alto nível. E se
possível, também, continuar a marcar mais golos como tenho feito
até agora.
Se
eu te pedir para citar 3 jogadores cabo-verdianos a atuarem nas
divisões inferiores em Portugal que mais te encantam, quais seriam
os teus escolhidos?
R:
Carlos Vaz (Vitoria Sernache), Rujinho (Ferreira de Aves) e Carlos
Amarante (Mem Martins)
Depois
deste clube qual seria o salto ideal para a tua Carreira? Qual o
clube que gostarias de fazer parte em Portugal?
R:
Com certeza o salto ideal seria poder jogar na primeira liga
portuguesa. Para mim seria o concretizar de um sonho jogar pelo SL
Benfica.
Até
o momento qual o episódio que descreves como sendo o mais bonito na
tua caminhada no mundo do futebol?
R:
Foi a minha experiência na primeira liga Ucraniana, no Vollyn Lutsk.
Para mim foi uma experiência boa. A partir dali melhorei bastante
como jogador. Pude desfrutar de várias coisas boas… o espirito de
equipa, a cidade, a cultura. Foi uma experiência muito positiva para
um jovem jogador.
Qual
foi a tua maior conquista até o momento?
R:
Já ganhei vários títulos como jogador amador, muitos deles em Cabo
Verde. Mas os maiores feitos foram a conquista de um campeonato em
Espanha pelo Tyde. F.C (em que fui o melhor marcador da minha equipa
com 17 golos e fiz várias assistências) e a subida 3ª divisão
nacional pelo Sport Club Vianense.
Ping-pong:
perguntas de respostas rápidas…
“Dava
tudo para jogar uma copa do mundo…”
Quem
é o teu ídolo?
R:
Mário Baloteli e Pedro Mantoras.
R:
Paraíso.
Qual
o teu Tubarão Azul preferido e porquê?
R:
Todos são especiais mas prefiro o Djaniny. Dou-me muito bem com ele
e estamos sempre em contacto.
Um
jogo de sonho para ti é…
R:
Benfica vs Porto. Nada contra as equipas cabo-verdianas ,mas cresci
vendo os grandes jogos entre essas duas equipas.
Copa
do mundo…
R:
Dava tudo para jogar uma copa do mundo (risos)… sem dúvida a
melhor competição do mundo a nível do futebol.
Gilson
Varela: Para terminar
gostaria de agradecer a entrevista. É sempre um prazer poder falar
para imprensa cabo-verdiana. Um abraço e sucessos para ao Séka Peli.
.
Por:
Nilton Ravier Cesare
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