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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Grande entrevista séka peli: Fernando Varela.









Dados pessoais:
Nome Completo: Fernando Lopes dos Santos Varela
Data de Nascimento: 1987-11-26
Clube: Steaua Bucaresti (Roménia)
Nacionalidade: Cabo Verde e Portugal



Fernando Varela é considerado, por muitos, o melhor central de Cabo Verde da atualidade. Um dos maiores talentos que já representou a seleção nacional de futebol. Dono de um vigor físico invejável sempre marcando agressivamente e forte em seus oponentes, Varela domina uma técnica sem igual que o permite efetuar com perfeição desarmes, dribles e lançamentos precisos.
Após a participação no Campeonato Africano das Naçoes 2013 que o próprio considera de “inesquecível” e uma eliminação dos play-offs de acesso ao mundial 2014 que deixou marcas aos adeptos cabo-verdianos, Fernando Varela concedeu uma entrevista ao Seka Peli, onde ele aborda os diferentes temas da sua carreira e não só. Confira os melhores momentos…





“…sem família tudo se torna mais difícil.”
  1. Podemos dizer que a tua carreira foi sendo construída de baixo para cima. Estoril, Trofense, Feirense, Vaslui e agora Steaua Bucuresti. O que é que tens a dizer sobre isso?
R: Muito trabalho, muita paciência e sobre tudo nunca desistir. Este era o meu sonho, ser jogador de futebol, por isso tenho sempre subido na minha carreira.

  1. De todos os clubes mencionados, onde te sentiste melhor? Onde sentiste que realizaste a melhor temporada?
R: Nos três primeiros clubes mencionados sentia-me em casa, mas a minha melhor época foi no Vaslui. Porque foi onde aprendi a ser profissional em termos de alimentação e a ter cuidado com o peso. Em Portugal andava sempre além do peso e influenciava o meu jogo.

  1. Depois de alguns meses no Vaslui segue-se uma etapa no Steaua. Esta proposta veio mesmo na boa altura? E porquê?
R: Sim. O Steaua é um clube grande na Roménia e todos os anos luta para ser campeão. Não esperava ser transferido. O meu empresário me ligou a dizer: “olha tenho uma proposta do Steaua”. Não pensei duas vezes e disse logo que sim. Já não aguentava estar em Vaslui. É uma zona da Roménia que não tem nada, passava a maior parte do tempo em casa. Quando não estava em casa, estava em estágio e não dava para levar a família comigo e sem família tudo se torna mais difícil.

  1. É verdade que fizeste parte dos juniores do Sporting Clube de Portugal? Se sim, conta-nos a tua experiência?
R: Não fiz parte dos juniores do Sporting, mas sim tive 6 meses a experiência. E passado 6 meses, eles me disseram que não podia ficar porque tinham muitos centrais, que na altura eram Paulo Renato, Miguel Veloso, Jorge Teixeira, Daniel Carriço… e me deram a escolher entre o Nacional e o Estoril e eu preferi o Estoril.

  1. Qual a duração do vínculo assinado com o Steaua?
R: Assinei por 4 anos com o Steaua.

  1. Tens o sonho de jogar num clube de topo a nivel mundial? Ou um campeonato que consideras ser especial?
R: Sonho um dia jogar no Real Madrid. Um campeonato que considero especial? Sem duvidas o campeonato inglês, a Premier League.




Do sucesso no CAN a triste eliminação ao play-offs do Brasil 2014



Depois do jogo da Tunísia terminar tínhamos a certeza que íamos ao mundial.”
  1. Como descreves a participação dos Tubarões Azuis no CAN na Africa do Sul? Como era o ambiente no balneário? E como era encarado cada jogo?
R: Foi uma participação inesquecível. Depois de percorrer meio mundo atrás de meios financeiros e de todas as dificuldades que passamos até chegar a África do Sul (uma semana de iniciar o CAN) e jogar frente a África do Sul no jogo de abertura perante 90 mil espectadores, estar por cima do jogo durante os noventa minutos, enfrentar o Marrocos onde fomos superiores mais uma vez, apanhar a Angola no ultimo jogo e voltar a ser superior e por fim ser eliminado pelo árbitro acho que só podia ser inesquecível.
O ambiente era de tranquilidade, respeito e muita brincadeira. O fato de estarmos lá já era um feito importante, encarávamos os jogos com o maior orgulho em representar Cabo Verde. Estávamos lá para que o mundo conhecesse Cabo Verde e os seus jogadores. Por isso os resultados foram bons.

  1. Descreve-nos aquele jogo frenético frente a Angola. O que é que o mister Lúcio Antunes vos disse ao intervalo?
R: Se alguém dissesse antes do CAN, que íamos estar a noventa minutos de nos classificarmos a fase seguinte no jogo frente a Angola, diriam que era mentira. Não entramos muito bem no jogo, mas aos poucos começamos a fazer o nosso jogo e a criar oportunidades de golo. Eles marcaram primeiro. Porém, não houve nenhum jogador que entrou em pânico. Depois de marcarem, continuamos tranquilamente. Veio o intervalo e o mister não disse nada de mais, só para continuarmos a fazer o nosso jogo. Ele sabia que tinha de pôr jogadores de ataque porque estávamos por cima do jogo. A medida que o jogo caminhava para o fim virávamos uns para os outros e dizíamos “vamos ganhar”. O tempo passava e ainda estávamos a perder. Eu olhava para o Marco e ele dizia: “vamos ganhar”. O Nando e os avançados diziam a mesma coisa “vamos marcar e ganhar”. E num curto espaço de tempo marcamos dois golos. Ou seja, só com um espírito de união muito grande é que ganhamos esse jogo.
  1. Após a vitória frente a Tunísia, no balneário quais foram os vossos comentários? O que é que vos passou pela cabeça sabendo que estavam a apenas dois (2) jogos de participarem num mundial a realizar-se no país do futebol, Brasil?
R: Depois do jogo da Tunísia terminar tínhamos a certeza que íamos ao mundial. Porque ir a Tunísia precisando da vitória, chegar lá, ganhar e ainda por cima estar os noventa minutos em cima deles… acho que já não havia como não estarmos no mundial. No autocarro comentávamos que antes víamos o mundial pela televisão e que apoiávamos o Senegal, os Camarões, o Portugal e estar a dois jogos da classificação tinha que ser os jogos das nossas vidas. Não havia como perder. A confiança uns nos outros era total e estávamos no pico da forma.

  1. Como foram os primeiros cinco (5) minutos após saberes que Cabo Verde tinha sido afastado dos play-offs de acesso ao mundial 2014?
R: Os 5 minutos após o afastamento dos play-offs foram de “não acredito”, “isso é mentira”. Isto porque fiquei da noticia saber pelo Bruno da Moura.

  1. Muitos dos seus seguidores são cabo verdianos. Há alguma mensagem que gostarias de deixar para eles?
R: Dizer um muito obrigado pelo apoio que me dão e pelas mensagens que me enviam a dar força. Não tenho como agradecer, porque todo agradecimento é pouco e que continuem a apoiar Cabo Verde como tem apoiado. Muito do nosso sucesso devemos ao povo cabo-verdiano.

Ping-pong: perguntas de respostas rápidas.





O Nando contribuiu bastante para o meu crescimento (…)e se tenho vindo a subir muito devo ao Nando.
  1. Será que podemos esperar um dia ver o Fernando Varela a jogar numa equipa cabo-verdiana?
R: Porque não? Se algum dia houver interesse estou desposto a ouvir.

  1. Quem consideras ser o teu ídolo?
R: Não tenho ídolo, mas sim jogadores com os quais simpatizo. Como por exemplo: Cristiano Ronaldo, David Luiz, Ronaldinho Gaúcho, Leonel Messi…

  1. Qual foi a sensação de vestir pela primeira vez a camisola dos Tubarões Azuis?
R: Orgulho, satisfação e um enorme prazer.

  1. O que é que passa pela cabeça de um jogador ao ouvir o hino da Uefa Champions League?
R: A mim só me apetecia chorar de alegria.

  1. Até o momento, quem foi o adversário que mais trabalho lhe deu?
R: Todos, não tenho nenhum nome em específico.

  1. Nando/ Fernando Varela ou Fernando Varela/ Paolo Maldini?
R: Nando /Varela. O Nando contribui bastante para o meu crescimento. Ele me deu muito e se tenho vindo a subir muito devo ao Nando. Foram 5 ou 6 anos a fazer dupla com ele.

Nilton Ravier Cesare: Obrigado pela conversa e que a tua caminhada continue sendo construída na base de sucessos. Obrigado pelo empenho e pela disponibilidade.
Fernando Varela: Queria aproveitar para agradecer a entrevista. É sempre um enorme prazer poder falar para imprensa cabo-verdiana. Gostava que todos os desportistas cabo-verdianos dessem mais entrevista e que aparecessem mais blogs como este, que muito tem dado ao desporto cabo-verdiano, sobretudo tem permitido ao povo cabo-verdiano o maior conhecimento dos atletas nacionais. Um abraço e sucessos para o blog Seka Peli.
Por: Nilton Ravier Cesare

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