Grande Entrevista Séka Peli: Pedro "Patas" Moreno
DADOS PESSOAIS
Nome completo:
Pedro “Patas” Joaquim Furtado Moreno
Data de
nascimento: 1986-07-20
Naturalidade:
Tarrafal
Posição:
Médio (Médio Defensivo)
Clube: Sport
Benfica e Castelo Branco
“ (…)Estava
de férias em Cabo Verde e fui convidado para participar no treino da selecção nacional no Estádio Municipal de Tarrafal. Foi uma
experiência incrível (…)”
Pedro Joaquim
Furtado Moreno ou simplesmente Patas Moreno nasceu em Tarrafal, ilha
de Santiago e actualmente é sem margens para dúvidas um dos maiores
talentos do Sport Benfica e Castelo Branco.
Assim como outros
jogadores tarrafalenses como Janício (Sporting Covilhã e várias
vezes internacional cabo-verdiano), Tom ou Ballack (ambos do
Oriental), Patas também começou a dar os primeiros pontapés na
bola na sua cidade natal.
Com o passar dos
anos a convite da Escola Delta Cultura, Patas teve a oportunidade de
conhecer países como a Áustria e Suíça antes de integrar-se de
vez em Portugal para construir uma carreira mais a serio. Já em
Portugal jogou no Águias do Moradal (2010/11 e 2011/12) antes de ser
contratado pelo Sport Benfica e Castelo Branco em 2012.
Pedro Joaquim, ou
simplesmente Patas para os amigos, falou com o SEKA PELI INFO sobre o
seu sonho em jogar pela selecção nacional, o seu desejo em fazer
parte de uma equipa de escalão profissional, pois claro não
esqueceu dos fãs e dos melhores momentos que já teve, até agora,
na sua caminhada no mundo do futebol. Confira os melhores momentos…
Como surgiu a
possibilidade de vir jogar para o Sport Benfica e Castelo Branco?
A possibilidade de
vir jogar para o Sport Benfica e Castelo Branco (SBCB) surgiu da boa
época que tinha feito na minha antiga equipa (Águias do Moradal).
Eu estava a ser observado pelos dirigentes do SBCB mais a contratação
só veio acontecer quando fui considerado um dos três melhores
jogadores da Liga Covifil.
Ao chegar, quais
foram as tuas primeiras impressões? Do clube, instalações,
adeptos…
Quando cheguei ao
SBCB fui muito bem recebido pelos meus colegas, quatro deles já
tínhamos jogados juntos na minha antiga equipa e isso facilitou
bastante a minha integração no grupo. As instalações do clube são
excelentes. Destaco aqui o campo que possui relva natural (sempre
sonhei um dia poder treinar e jogar num relvado natural).
Em relação aos
adeptos, no início, não tínhamos muita proximidade, viam-me com
desconfiança, mas aquilo não me preocupava muito, sabia que tinha
de conquistar-lhes com a minha dedicação e muito trabalho. Daí
veio a tal admiração por mim.
“Quando
cheguei aqui sabia que não ia ser fácil, tinha de mudar algumas
coisas.”
Para sermos mais
precisos, o que mudou em ti desde a tua chegada à Portugal até
agora?
Quando cheguei aqui
sabia que não ia ser fácil, tinha de mudar algumas coisas. Ter mais
força, mais vontade, ser mais disciplinado (respeitar os horários),
deixar de frequentar algumas festas e noitadas. Tive imenso problema
com a mudança de clima. Mudaram-me de posição, sempre fui
defesa-central mas quando cheguei aqui passei a jogar a
médio-defensivo e com o tempo adaptei-me bem.
Até o momento
qual o episódio que descreves como sendo o mais bonito na tua
caminhada no mundo do futebol?
Uma das coisas que
marcou-me bastante, aconteceu no verão do ano passado. Eu estava de
férias em Cabo Verde e fui convidado para participar no treino da selecção nacional no Estádio Municipal de Tarrafal. Foi uma
experiência incrível. O estádio estava cheio. Havia pessoas a
gritar e sentir aquele calor do público me deixou orgulhoso. E isso
ajudou-me bastante para grande época que tenho realizado.
Há outros episódios
que aconteceram no SBCB. Lembro-me por exemplo de uma adepta que
pediu-me um autógrafo por baixo da frase que ela tinha escrito:
"Patas o único que me encantou". Tive também um jogo que
lesionei-me e ao ser substituído, os adeptos todos de pé
aplaudiram-me. A sensação de receber o carinho dos adeptos não tem
preço.
Como tens lidado
com os elogios dos teus colegas, adversários e jornalistas… tendo
em conta que houve um período em que foste considerado o melhor
em campo por diversas vezes?
Os elogios que venho
recebendo é positivo, ajuda-me bastante para poder alcançar os meus objectivos. Quando recebo elogios nunca esqueço dos meus colegas.
Tanto os elogios da comunicação social como os dos meus adversários
ou colegas é reconhecimento do meu trabalho. Os elogios não me
fazem pensar que sou isto ou aquilo mas sim que devo ter a mesma
humildade e fazer mais no próximo jogo.
Já dos adversários
o que mais gosto de ouvir é "Oh Patas para de correr, tu não
cansas?". Orgulho-me disso é sinal que luto bastante. (risos)
Queria que
comentasses a polémica que envolve os jovens jogadores
cabo-verdianos, que decidem representar uma outra selecção em vez da selecção de Cabo Verde. Qual a tua opinião?
Quando vejo os nomes
desses jogadores costumo dizer que podíamos ter uma grande selecção a nível mundial. Mas o que conta são os que estão cá. E agradeço
aqueles que escolheram representar o nosso país, porque estão a
fazê-lo muito bem. Sem julgar ninguém, penso que alguns decidem em
representar outras selecções por achar que assim terão mais visibilidade e mais possibilidade de ganhar títulos. Respeito, porém
o que me deixa triste é que alguns desses jogadores foram chamados
algumas vezes e não responderam. Não mostraram nenhuma vontade,
esqueceram que representar Cabo Verde é representar o nosso povo, a
nossa família… o que deveria acima de tudo ser: um orgulho.
Em Cabo Verde
apesar de aparecerem cada vez mais jogadores jovens, tanto no nosso
campeonato como no estrangeiro, não existem selecções para a camada
jovem. O pensas disso?
Eu acho que as selecções para a camada jovem fazem muita falta. No meu ponto de
vista as selecções de base ajudariam a combater a “fuga” dos
nossos jovens para outros países. Penso que quando mais depressa
sentires o calor do teu povo maior será o teu sonho, a tua ambição
ou motivação em jogar na tua selecção.
“O Tom é um
grande médio-ofensivo. O Danilsom é um bom defesa-central (…) um
jogador muito rápido, nunca desiste. Gostaria de o ter na minha
equipa (…) o Kuca é um verdadeiro prodígio (…)”
Apesar da
concorrência ainda tens o sonho de jogar na seleção de Cabo Verde?
Claro! Sem dúvida
nenhuma. Sei que a concorrência é forte, todavia o sonho é grande.
E isso dá-me força para trabalhar para que um dia eu possa merecer
essa oportunidade. Se isso acontecer seria uma alegria enorme.
Representar o meu país não tem explicação.
Destaca três
jogadores cabo-verdianos da tua preferência. E
justifica a tua escolha.
O meu destaque vai
para o Tom (Oriental), Danilson de Moura (Elvas) e o Kuca (Chaves).
O Tom é um grande
médio-ofensivo. Admiro a facilidade com que ele consegue isolar os
avançados. Sem falar que ele é bom nas bolas paradas e tem feito
alguns golos. O Danilsom é um bom defesa-central e pode também
jogar a médio-defensivo. Não tem problema no jogo aéreo nem a
jogar pelo chão. É um jogador muito rápido, nunca desiste.
Gostaria de o ter na minha equipa. Para terminar, o Kuca é um
verdadeiro prodígio. Tive a oportunidade de o defrontar na Taça de
Portugal. Dribla bem, não tem medo de ir para cima do adversário,
assiste os colegas e ainda marca muitos golos.
“(…)Para o
ano quero representar uma equipa do escalão profissional e continuar
atrás do sonho de chegar a selecção nacional(…)
Qual o teu objectivo a curto e a longo prazo no futebol?
Agora quero lutar
para subir de divisão com o SBCB e para o ano quero representar uma
equipa do escalão profissional e continuar atrás do sonho de chegar
a selecção nacional.
Quando não estás
jogando futebol, o que fazes?
Fico em casa a jogar
Play Station, ouvir música. Gosto de assistir vídeos de comédias,
futebol e novelas.
Quem te influenciou
a seguir uma carreira como jogador de futebol?
R: Sempre
tive a vontade de ser popular e reconhecido na minha zona. Não tenho
como referência nomes em concreto de pessoas que me influenciaram.
Mas tive pessoas que me aconselhavam. Tive equipas (principalmente a
Escola Delta Cultura) que me deram oportunidades. Mais é claro não
posso esquecer do meu grande mentor: meu Pai.
Quando a Escola
Delta Cultura deu-me a oportunidade de vir para Europa (Áustria e
Suiça) treinar, comecei a perceber que era possível ser jogador de
futebol, daí resolvi agarrar o meu sonho.
Qual o teu sonho
enquanto jogador de futebol?
Ter a possibilidade
para representar o meu país e construir uma boa carreira.
Quem é o teu
maior ídolo na vida e no futebol?
R: Sou uma
pessoa que valoriza muito a minha família o meu maior ídolo na vida
é meu pai e no futebol é o Zinedine Zidane.
O
SEKA
PELI INFO
agradece a sua entrevista, o empenho
e a disponibilidade.
Por:
Nilton Ravier Cesare
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