notícias de última hora
Loading...
domingo, 25 de maio de 2014

Grande Entrevista Séka Peli: Pedro "Patas" Moreno






DADOS PESSOAIS
Nome completo: Pedro “Patas” Joaquim Furtado Moreno
Data de nascimento: 1986-07-20
Naturalidade: Tarrafal
Posição: Médio (Médio Defensivo)

Clube: Sport Benfica e Castelo Branco


 “ (…)Estava de férias em Cabo Verde e fui convidado para participar no treino da selecção nacional no Estádio Municipal de Tarrafal. Foi uma experiência incrível (…)”


Pedro Joaquim Furtado Moreno ou simplesmente Patas Moreno nasceu em Tarrafal, ilha de Santiago e actualmente é sem margens para dúvidas um dos maiores talentos do Sport Benfica e Castelo Branco.
Assim como outros jogadores tarrafalenses como Janício (Sporting Covilhã e várias vezes internacional cabo-verdiano), Tom ou Ballack (ambos do Oriental), Patas também começou a dar os primeiros pontapés na bola na sua cidade natal.

Com o passar dos anos a convite da Escola Delta Cultura, Patas teve a oportunidade de conhecer países como a Áustria e Suíça antes de integrar-se de vez em Portugal para construir uma carreira mais a serio. Já em Portugal jogou no Águias do Moradal (2010/11 e 2011/12) antes de ser contratado pelo Sport Benfica e Castelo Branco em 2012.

Pedro Joaquim, ou simplesmente Patas para os amigos, falou com o SEKA PELI INFO sobre o seu sonho em jogar pela selecção nacional, o seu desejo em fazer parte de uma equipa de escalão profissional, pois claro não esqueceu dos fãs e dos melhores momentos que já teve, até agora, na sua caminhada no mundo do futebol. Confira os melhores momentos…

Como surgiu a possibilidade de vir jogar para o Sport Benfica e Castelo Branco?

A possibilidade de vir jogar para o Sport Benfica e Castelo Branco (SBCB) surgiu da boa época que tinha feito na minha antiga equipa (Águias do Moradal). Eu estava a ser observado pelos dirigentes do SBCB mais a contratação só veio acontecer quando fui considerado um dos três melhores jogadores da Liga Covifil.

Ao chegar, quais foram as tuas primeiras impressões? Do clube, instalações, adeptos…

Quando cheguei ao SBCB fui muito bem recebido pelos meus colegas, quatro deles já tínhamos jogados juntos na minha antiga equipa e isso facilitou bastante a minha integração no grupo. As instalações do clube são excelentes. Destaco aqui o campo que possui relva natural (sempre sonhei um dia poder treinar e jogar num relvado natural).

Em relação aos adeptos, no início, não tínhamos muita proximidade, viam-me com desconfiança, mas aquilo não me preocupava muito, sabia que tinha de conquistar-lhes com a minha dedicação e muito trabalho. Daí veio a tal admiração por mim.

 “Quando cheguei aqui sabia que não ia ser fácil, tinha de mudar algumas coisas.”




Para sermos mais precisos, o que mudou em ti desde a tua chegada à Portugal até agora?
Quando cheguei aqui sabia que não ia ser fácil, tinha de mudar algumas coisas. Ter mais força, mais vontade, ser mais disciplinado (respeitar os horários), deixar de frequentar algumas festas e noitadas. Tive imenso problema com a mudança de clima. Mudaram-me de posição, sempre fui defesa-central mas quando cheguei aqui passei a jogar a médio-defensivo e com o tempo adaptei-me bem.

Até o momento qual o episódio que descreves como sendo o mais bonito na tua caminhada no mundo do futebol?
Uma das coisas que marcou-me bastante, aconteceu no verão do ano passado. Eu estava de férias em Cabo Verde e fui convidado para participar no treino da selecção nacional no Estádio Municipal de Tarrafal. Foi uma experiência incrível. O estádio estava cheio. Havia pessoas a gritar e sentir aquele calor do público me deixou orgulhoso. E isso ajudou-me bastante para grande época que tenho realizado.

Há outros episódios que aconteceram no SBCB. Lembro-me por exemplo de uma adepta que pediu-me um autógrafo por baixo da frase que ela tinha escrito: "Patas o único que me encantou". Tive também um jogo que lesionei-me e ao ser substituído, os adeptos todos de pé aplaudiram-me. A sensação de receber o carinho dos adeptos não tem preço.

Como tens lidado com os elogios dos teus colegas, adversários e jornalistas… tendo em conta que houve um período em que foste considerado o melhor em campo por diversas vezes?
Os elogios que venho recebendo é positivo, ajuda-me bastante para poder alcançar os meus objectivos. Quando recebo elogios nunca esqueço dos meus colegas. Tanto os elogios da comunicação social como os dos meus adversários ou colegas é reconhecimento do meu trabalho. Os elogios não me fazem pensar que sou isto ou aquilo mas sim que devo ter a mesma humildade e fazer mais no próximo jogo.

Já dos adversários o que mais gosto de ouvir é "Oh Patas para de correr, tu não cansas?". Orgulho-me disso é sinal que luto bastante. (risos)


Queria que comentasses a polémica que envolve os jovens jogadores cabo-verdianos, que decidem representar uma outra selecção em vez da selecção de Cabo Verde. Qual a tua opinião?
Quando vejo os nomes desses jogadores costumo dizer que podíamos ter uma grande selecção a nível mundial. Mas o que conta são os que estão cá. E agradeço aqueles que escolheram representar o nosso país, porque estão a fazê-lo muito bem. Sem julgar ninguém, penso que alguns decidem em representar outras selecções por achar que assim terão mais visibilidade e mais possibilidade de ganhar títulos. Respeito, porém o que me deixa triste é que alguns desses jogadores foram chamados algumas vezes e não responderam. Não mostraram nenhuma vontade, esqueceram que representar Cabo Verde é representar o nosso povo, a nossa família… o que deveria acima de tudo ser: um orgulho.

Em Cabo Verde apesar de aparecerem cada vez mais jogadores jovens, tanto no nosso campeonato como no estrangeiro, não existem selecções para a camada jovem. O pensas disso?
Eu acho que as selecções para a camada jovem fazem muita falta. No meu ponto de vista as selecções de base ajudariam a combater a “fuga” dos nossos jovens para outros países. Penso que quando mais depressa sentires o calor do teu povo maior será o teu sonho, a tua ambição ou motivação em jogar na tua selecção.


O Tom é um grande médio-ofensivo. O Danilsom é um bom defesa-central (…) um jogador muito rápido, nunca desiste. Gostaria de o ter na minha equipa (…) o Kuca é um verdadeiro prodígio (…)”



Apesar da concorrência ainda tens o sonho de jogar na seleção de Cabo Verde?
Claro! Sem dúvida nenhuma. Sei que a concorrência é forte, todavia o sonho é grande. E isso dá-me força para trabalhar para que um dia eu possa merecer essa oportunidade. Se isso acontecer seria uma alegria enorme. Representar o meu país não tem explicação.

Destaca três jogadores cabo-verdianos da tua preferência. E justifica a tua escolha.
O meu destaque vai para o Tom (Oriental), Danilson de Moura (Elvas) e o Kuca (Chaves).

O Tom é um grande médio-ofensivo. Admiro a facilidade com que ele consegue isolar os avançados. Sem falar que ele é bom nas bolas paradas e tem feito alguns golos. O Danilsom é um bom defesa-central e pode também jogar a médio-defensivo. Não tem problema no jogo aéreo nem a jogar pelo chão. É um jogador muito rápido, nunca desiste. Gostaria de o ter na minha equipa. Para terminar, o Kuca é um verdadeiro prodígio. Tive a oportunidade de o defrontar na Taça de Portugal. Dribla bem, não tem medo de ir para cima do adversário, assiste os colegas e ainda marca muitos golos.


 “(…)Para o ano quero representar uma equipa do escalão profissional e continuar atrás do sonho de chegar a selecção nacional(…)






Qual o teu objectivo a curto e a longo prazo no futebol?
Agora quero lutar para subir de divisão com o SBCB e para o ano quero representar uma equipa do escalão profissional e continuar atrás do sonho de chegar a selecção nacional.

Quando não estás jogando futebol, o que fazes?
Fico em casa a jogar Play Station, ouvir música. Gosto de assistir vídeos de comédias, futebol e novelas.

Quem te influenciou a seguir uma carreira como jogador de futebol?
R: Sempre tive a vontade de ser popular e reconhecido na minha zona. Não tenho como referência nomes em concreto de pessoas que me influenciaram. Mas tive pessoas que me aconselhavam. Tive equipas (principalmente a Escola Delta Cultura) que me deram oportunidades. Mais é claro não posso esquecer do meu grande mentor: meu Pai.

Quando a Escola Delta Cultura deu-me a oportunidade de vir para Europa (Áustria e Suiça) treinar, comecei a perceber que era possível ser jogador de futebol, daí resolvi agarrar o meu sonho.

Qual o teu sonho enquanto jogador de futebol?
Ter a possibilidade para representar o meu país e construir uma boa carreira.

Quem é o teu maior ídolo na vida e no futebol?
R: Sou uma pessoa que valoriza muito a minha família o meu maior ídolo na vida é meu pai e no futebol é o Zinedine Zidane.

O SEKA PELI INFO agradece a sua entrevista, o empenho e a disponibilidade.
Por: Nilton Ravier Cesare







0 comentários:

Enviar um comentário