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domingo, 2 de novembro de 2014







Grande Entrevista com Valdir Reis






Dados pessoais:
Nome Completo: VALDIR Delgado REIS

Clube: Vilacondense

Posição: Oposto
Data de Nascimento: 06-04-1985
Nacionalidade: Cabo-verdiana


Valdir Reis é considerado, por muitos, um dos melhores jogadores do voleibol cabo-verdiano da atualidade. Um dos maiores talentos que Cabo Verde já viu nascer na modalidade e que já representou clubes tanto a nível nacional como em Portugal e que já conta com alguns títulos importantes no currículo, sobretudo a nível nacional.

Valdir aceitou conversar com o SEKA PELI INFO onde ele abordou os diferentes temas da sua carreira (como por exemplo os clubes por onde passou, os seus ídolos), sem esquecer da saída intempestiva do italiano Luca Privitera do comando técnico da seleção nacional.

O mesmo adianta que ainda quer ir o mais longe possível na carreira e “ser o mais bem-sucedido possível tendo a certeza que  nunca passei por cima de ninguém para conseguir os meus objetivos”. No final não deixou de deixar uma breve mensagem aos miúdos cabo-verdianos, e não só, que querem seguir carreira a nível profissional em voleibol. Confira os melhores momentos… 



Quando e como o Valdir começou no voleibol?
Comecei na escola secundária. Aos 15 anos tive aulas de voleibol pela primeira vez, e gostei. Jogamos um torneio inter-turmas e a minha turma foi a vencedora. Um dia no decorrer de um treino de voleibol no Polidesportivo Município de Oeiras em  Monte Sossego entrei e peguei numa bola e comecei a brincar com ela. O treinador (Heriberto Gomes) veio ter comigo e convidou-me para começar a treinar. Foi mais ou menos assim que tudo começou.

Depois do Benfica, Valdir já passou pelo Sporting de Espinho, Vilacondense e Fonte Bastardo. De todos os clubes mencionados, onde se sentiu melhor? Onde sentiu que realizou a melhor temporada?
Eu nunca vou dizer que um clube é melhor que o outro até porque foram experiências completamente diferentes, e cada uma tem a sua particularidade.

O BENFICA abriu-me as portas para este campeonato, e aprendi muito com uma equipa que luta sempre para o título e que conta com excelentes jogadores. Costumo dizer que todos os jogadores deviam ter a oportunidade de jogar numa equipa com aquelas infra-estruturas e aquelas condições.

O VILACONDENSE, onde fui emprestado no ano seguinte, foi muito importante para o meu crescimento como atleta, deram-me espaço dentro do campo (coisa que acontecia pouco no Benfica) e creio que aproveitei da melhor maneira.

O FONTE BASTARDO foi campeã no ano anterior a minha ida para lá, e é sempre um orgulho para qualquer jogador quando uma equipa é campeã e te chama para fazer parte do plantel. Fiz uma boa época, foi muito importante porque joguei a taça CEV que é a segunda competição mais importante da FIVB a nível europeu.

O SPORTING ESPINHO… bom, nesse ano queria sair de Portugal, queria dar o salto para outro campeonato. Acabei por ficar sem clube, nisto recebi uma proposta dos responsáveis do Espinho. Felizmente porque é sempre bom jogar ao lado de um dos melhores jogadores de todos os tempos da modalidade (Miguel Maia1) e pertencer a um clube que me deu muito gozo em jogar.

Quando chegou a Portugal quais foram as suas maiores dificuldades?
Em cabo verde começa-se a jogar muito tarde e não aprimoramos as técnicas. O voleibol é um jogo muito técnico onde qualquer erro vale um ponto. Tive muitas dificuldades no primeiro ano que cheguei como zona 4, mas não durei muito porque é mais difícil o serviço aqui e  tive que optar para a posição de oposto, onde jogo atualmente. Porque não tinha que receber, todos os dias ficava mais de meia hora que os meus colegas a treinar para aprimorar as técnicas de ataque e de bloco.

“não tenho nada contra [o novo selecionador], pelo contrário o considero um amigo pessoal e admiro pelo trabalho que fez e continua a fazer no Paul, o problema não está ultrapassado…”




Em 2006, representou Cabo Verde nos Jogos da Lusofonia em voleibol de praia. Conta-nos como foi essa experiência.
Foi uma experiência espectacular, foi a primeira vez que uma dupla saia para representar as cores de cabo verde em voleibol de praia (espero não estar a equivocar-me) eu e o Heriberto Gomes ficamos em 6º lugar entre 16 selecções, a frente de potências como Brasil e Angola o que é sempre um motivo de orgulho.

Valdir foi um dos maiores críticos da Federação Cabo-verdiana de Voleibol após a demissão do Luca Privitera. Na sua opinião qual a consequência da saída do técnico italiano para o crescimento da modalidade no país?
Se a 6 anos atrás, altura em que tivemos a primeira saída com a seleção sênior, alguém me dissesse que em 2014 iríamos estar a disputar uma qualificação para o campeonato do mundo em masculino e feminino, eu rir-me-ia na cara da pessoa porque era impensável. Mas em 2014 disputamos isso, tudo graças ao Luca.

O Luca é um dos melhores treinadores que já tive na minha carreira, para ele não importava se o Valdir vinha da liga portuguesa e o Guinda vinha de Santa Cruz. Para ele éramos todos jogadores de elite e tínhamos que aguentar os treinos horas a fio e dar tudo pelo conjunto. Com a sua demissão um trabalho de anos vai por água-abaixo, ou seja um trabalho que terá de ser feito tudo de zero novamente. Dito isto espero que as pessoas tirem as suas conclusões para não ser mal interpretado...

Segundo alguns órgãos de comunicação de Cabo Verde, por causa da demissão do Luca Privitera, Valdir chegou inclusive a ponderar declinar convites para integrar a convocatória do novo selecionador. Esse problema já está ultrapassado ou não?
Quero aproveitar aqui para dizer mais uma vez e espero que chegue ao selecionador que não tenho nada contra ele (acho que ficou um mal entendido), pelo contrário o considero um amigo pessoal e admiro pelo trabalho que fez e continua a fazer no Paul, o problema não está ultrapassado e não quero aprofundar.

“(…)os meus ídolos são pessoas que lutaram ao meu lado…”



O que é que falta ao voleibol cabo-verdiano para poder se afirmar, sobretudo a nível de Africa, seguindo a trajetória do futebol ou do próprio basquetebol?
Na minha opinião é preciso trabalho de base, escolas de mini voleibol, com competições desde esta faixa etária, temos de "arrumar a casa", a nível de África já mostramos muito, mas acho que a nível interno é preciso muito trabalho...

Quem são seus ídolos e quem o inspira?
Desde que iniciei no desporto os meus ídolos são pessoas que lutaram ao meu lado, o meu primeiro ídolo foi o Heriberto Gomes, depois vieram pessoas como Zé Anguila do basquetebol e o Didi do Andebol. Quando vim para Portugal aumentou o meu leque de ídolos, Roberto Purificação, Samuels, Fábio Jardel, Pedro Rosas, Caíque Silva, Manuel Silva, Miguel Maia, Flávio Cruz, Hugo Ribeiro e sempre a aumentar



“(…)quero ir o mais longe possível na minha carreira e ser o mais bem-sucedido possível tendo a certeza que  nunca passei por cima de ninguém para conseguir os meus objetivos.”




Quais os seus próximos passos? Onde sonha chegar?
Quero terminar em grande a época que agora iniciou, e dar um salto para outro campeonato.

Qual a sua Filosofia de Vida?
É uma pergunta complicada que tentarei responder da seguinte forma: quero ir o mais longe possível na minha carreira e ser o mais bem-sucedido possível tendo a certeza que  nunca passei por cima de ninguém para conseguir os meus objetivos.

Quais os seus planos para quando terminar a carreira?
Terminar os estudos, ganhar experiência como treinador e um dia voltar para Cabo Verde com uma boa bagagem para transmitir a experiência que tenho adquirido ao longo dos anos.

Qual a mensagem que gostaria de deixar aos miúdos cabo-verdianos que querem seguir carreira a nível profissional em voleibol?
R: O que eu digo aos mais jovens é que sonhem o mais alto que conseguirem, e depois corram atrás dos seus sonhos e quando alcançarem esses sonhos saberão que tudo depende deles e da sua força de vontade. Depois é continuar e sonhar ainda mais alto.

SEKA PELI INFO: Obrigado pela conversa e que a tua caminhada continue sendo construída na base de sucessos. Obrigado pelo empenho e pela disponibilidade.

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