GRANDE ENTREVISTA com Victor Osório
Victor Adolfo Osório, advogado,
ex-secretário de Estado da Juventude e Desporto e membro do
Conselho de Justiça da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) com assento no órgão
correspondente da Confederação Africana de Futebol (CAF) formalizou a sua candidatura à
presidência da direção da FCF e é o
adversário do Mario Avelino Donnay, até então
presidente da Associação Regional
de Futebol Santiago Sul.
Victor Osório em conversa com o SEKA PELI INFO explicou em
que consiste o plano
estratégico proposto pela sua
equipa para o escrutínio do dia 11 de Abril.
Plano esse que visa
desenvolver 5 pilares, a saber: Organização,
Captação de Recursos, Futebol, Formação e Seleção
Nacional.
Osório defende ainda que a sua lista integra elementos ligados ao
futebol com conhecimentos e experiências adquiridos e que vem sendo trabalhada
há já algum tempo, com uma visão focalizada para acrescentar valores ao que se
tem feito. O mesmo realça que conta com subscrições de seis associações, mas
que conta com o apoio de oito das 11 associações regionais. Confira os melhores momentos…
“Na base desta candidatura está um
projeto, uma paixão e uma disponibilidade em
trabalhar em prole do nosso
futebol (…)”
A nível pessoal, o que leva o
Victor Osório a candidatar a presidência da federação de
futebol?
futebol?
Na
base desta candidatura está um projeto, uma paixão e uma disponibilidade (associado a um perfil meu e do elenco que me
acompanha) em trabalhar em prole do nosso futebol e passa por uma
actuação concertada com as associações regionais, em perfeita cumplicidade e
realismo daquilo que é expectável na evolução contínua da modalidade no País.
E caso for eleito quais são as
principais tarefas que planeia levar a cabo?
Como
tenho referido o trabalho que se pretende fazer não é uma ideia isolada ou uma
ambição minha,
ambição minha,
mas sim tem por base um estudo das necessidades actuais da FCF e
do que se pode vir a fazer.
Neste sentido quem já teve a oportunidade de ver o
resume do plano estratégico proposto pela
minha equipa sabe que planeamos
desenvolver 5 pilares, a saber:
1. Organização:
2. Captação
de Recursos:
3. Futebol:
4. Formação:
5. Selecção
Nacional:
Em tempos de crise a questão
financeira tem dificultado o trabalho da Federação
Cabo-verdiana de Futebol. Como prevê capitar recursos para
investir no futebol cabo-verdiano?
Cabo-verdiana de Futebol. Como prevê capitar recursos para
investir no futebol cabo-verdiano?
Temos
isso previsto. Por isso que a Captação de Recursos foi definido como um dos
pilares estratégicos.
pilares estratégicos.
A título de inovação, podemos falar que as comunidades
emigradas serão envolvidas
e criaremos o sentimento de “Selecção-Clube”, em que
para cada projecto concreto,
nomeadamente nos escalões de formação, cada
cabo-verdiano possa pagar
uma quota para atingirmos determinados objetivos.
“(…)pretendemos instituir
competições de sub-17 e sub-20 de modo a
podermos ter seleções nesses escalões
para que jovens nascidos nas
comunidades emigradas possam integrar a
seleção(…)”
Já agora, como pretende fazer com
que os jovens que nasceram na diáspora e que nunca visitaram Cabo Verde venham
a representar a nossa seleção?
Penso
que grande parte deste trabalho já está feito, pelo que, será um trabalho de
continuidade.
Repare que a nossa seleção principal já não é nenhuma
desconhecida e que a cada dia aparecem
mais jovens com talento e com interesse
em vestir a nossa camisola. Isso não acontecia, pois
que é normal que o jogador
descendentes de cabo-verdianos optasse por jogar por uma seleção
que lhe desse
mais visibilidade e que competisse em quadros mais competitivos.
Mas
pretendemos instituir competições de sub-17 e sub-20 de modo a podermos ter
seleções nesses escalões para que esses jovens nascidos nas comunidades
emigradas possam integrar a seleção;
fidelizando-os, dificilmente optarão pelo
país onde nasceram. Outro aspeto, é que iremos contar
com o apoio das nossas
comunidades emigradas, através de embaixadas que iremos instituir, na
ajuda
desse recrutamento.
Pelo
que, repito, que será um trabalho de continuidade e que também passa pela
formação e mais informação sobre Cabo Verde e a nossa seleção. É nessa vertente
também que o nosso
plano estratégico define a seleção nacional como um pilar
estratégico.
Como avalia o futebol de formação
em Cabo Verde, tanto a nível de clubes
como de seleções? O que já foi feito e o que falta fazer? Quais os seus
planos para as seleções de sub-17 e sub-20, por exemplo?
como de seleções? O que já foi feito e o que falta fazer? Quais os seus
planos para as seleções de sub-17 e sub-20, por exemplo?
Na
mesma linha poderia referir que é por isso também que o nosso 4º pilar
estratégico é
precisamente a Formação. Contudo posso acrescentar que neste
pilar as grandes promessas
passam, por:
·
Potencializar
as escolas de iniciação desportiva;
·
Realizar
Cursos de arbitragem;
·
Instituir
a realização de provas no escalão de Sub17, potencializando uma geração de
futebolista visando uma participação olímpica;
·
Instituir
a realização de provas nos escalões de Sub20 (potencializando a qualificação e
presença na fase final do CAN de Sub20 no ano de 2017) com o intuito de alargar
a base de recrutamento geracional de futebolistas para futuros Campeonatos de
África das Nações e Campeonatos do Mundo.
Para o efeito
trabalharemos afincadamente no sentido de
1.
Ser
excelência nas categorias de base para formar atletas com potencial de assumir
a titularidade na equipa principal e, futuramente, gerar recursos financeiros
que alavanquem a operação
2.
Cativar
o jogador cabo-verdiano (em particular os nascidos nas comunidades emigradas) a
jogar pela sua selecção nacional
3.
Implementação
de Pólos de Observação de Jogadores em todo o Pais e nas Comunidades Emigradas
4.
Criar
Condições para que as Associações Regionais sejam pólos de observação e
dinamização do futebol nacional em geral e da Selecção em Particular;
5.
Ter
Formação a todos os níveis (Jogadores, Árbitros, Treinadores, Recursos Humanos
da FCF) -;
6.
Ter
Melhores infra-estruturas;
7.
Profissionalizar
a gestão dos Centros de Estágios da FCF
8.
Responsabilidade
Social.
Os últimos anos são marcados por
crescimento em vários indicadores: fomos a duas fases
finais do Campeonato
Africano das Nações, estivemos muito perto de irmos ao mundial 2014,
temos cada
vez mais jovens nascidos na diáspora a quererem representar a seleção nacional.
São variáveis que podem continuar a subir ou terão atingido o seu ponto máximo
e ideal?
Sim
a ideia é continuar a subir porque como sabe neste aspecto não existe um ponto
ideal e se eventualmente existir nós ainda temos muito a fazer para o atingir.
“Figurinos
temos muitos, mas teremos que conciliar aquele que torne o nosso futebol mais
competitivo e em que o calendário coincida com o dos campeonatos europeus (…)”
Tendo em conta que hoje já
atingimos um certo patamar, caso for eleito, como pensa
explorar a marca “Tubarões Azuis”?
explorar a marca “Tubarões Azuis”?
De
várias formas. Aliás mais uma vez remeto ao nosso plano estratégico em que
temos o pilar
Captação de Recursos que, em grande parte prevê a captação de
recursos pela
exploração da marca Tubarões Azuis. Alguns itens passam pela(o):
1.
Oferta
de novos produtos, competitivos em custo e qualidade, para apoiantes e
associados
2.
Implementação
das Lojas oficiais da FCF (no Pais e nas Comunidades Emigradas);
3.
Registo
da marca "Tubarões Azuis".
O atual modelo do campeonato
nacional é para manter? Caso contrário como
pensa estruturá-lo?
Esta
é uma questão que não podemos decidir sem o consenso das associações.
No
entanto posso referir que é uma questão que analisamos e que será uma das
primeiras
a serem abordadas juntamente com as Associações. Figurinos temos
muitos, mas teremos
que conciliar aquele que torne o nosso futebol mais
competitivo e em que o calendário
coincida com o dos campeonatos europeus (por
serem nesse que há mais atletas nacionais
a competir) e em que haja maior
duração das provas. Termos que analisar a questão
a nível nacional, regional, e
ver como criar mais provas inter-regionais.
No
entanto, sendo redundante remeto-vos mais uma vez ao nosso plano onde no
Pilar
Futebol temos previsto:
1.
Promover o Futebol no País;
2.
Desenvolver competições mais
competições e com melhor qualidade;
3.
Aumento da qualidade do futebol que
se pratica no nosso país;
4.
Maior profissionalismo na prática e
gestão do futebol;
5.
Fazer com que os melhores jogadores
cabo-verdianos joguem pela selecção;
6.
Comunicar de uma forma uniforme,
todo o produto futebol, a todos os níveis.
7.
Desenvolver e aprofundar o
Scouting;
8.
Rever o Figurino de provas: nacional,
regional e campeonato Sub17;
“A ambição de todo o jogador
cabo-verdiano é jogar em clubes estrangeiros, em particular
na Europa,e, por
isso, temos que regulamentar essa saída (…)”
Como pretende lidar com a questão
da transferência de jogadores de Cabo Verde para o estrangeiro?
Essa
é também uma questão que já analisamos a fundo e que cai dentro do nosso pilar
Organização.
Iremos
criar o regulamento de inscrição de clubes e escolas de iniciação desportiva,
de modo a proteger os direitos de formação do formador, sendo que isso irá
traduzir-se numa
fonte de receita
para os Clubes/Escolas de formação. A ambição
de todo o jogador cabo-verdiano
é jogar em clubes estrangeiros, em particular
na Europa, e, por isso, temos que
regulamentar essa saída, protegendo
o próprio
jogador e clubes. Repare que sai há dias numa revista portuguesa a problemática
de
fraude no futebol, em que os jogadores de Cabo Verde estão a ser vítimas.
Vamos estar atentos
a isso.
“O
treinador Rui Águas tem contrato com a FCF e iremos honrar esse compromisso”
Caso for eleito, o atual
selecionador nacional Rui Águas é para manter no cargo?
Por outras palavras,
Rui Águas enquadra-se no perfil de treinador que compõem o
projeto da sua
equipa.
Os
contratos são para se cumprir! O treinador Rui Águas tem contrato com a FCF e
iremos honrar esse compromisso e com o resto da equipa técnica; sem prejuízo
disso,
iremos reajustar os objectivos a alcançar com aqueles que consta do
plano estratégico,
cujo pilar formação é a grande meta a atingir, para
sustentação do nosso futebol e selecção.
Qual a mensagem que gostaria de
deixar às pessoas que estão reticentes
em relação a sua candidatura?
A
reticência a qualquer assunto é um direito que qualquer um pode ter. No entanto
posso
dizer que a nossa candidatura é uma candidatura séria, composta por gente
séria, serena,
com capacidade de planear e visão de futuro e que já deram
provas das suas competências
por onde têm passado. A candidatura esta assente
num plano estratégico bem definido
que nos servirá de guia de orientação para o
crescimento do nosso futebol.
Acreditamos
que podemos fazer um bom trabalho e constituir uma alavanca de
maximização do
trabalho feito até então e não o retrocesso.
Por:
Nilton Ravier Cesare
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