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domingo, 9 de novembro de 2014


GRANDE ENTREVISTA SÉKA PELI INFO




Nome completo: Davidson Renato da Cruz Coronel
Alcunha: Bijou
Data de nascimento: 1986-04-14 (28 anos)
Clube atual: Varzim

Posição: Médio defensivo / Médio centro

Davidson Renato da Cruz Coronel, ou simplesmente Bijou para o mundo do futebol, foi formado na Escola de Preparação Integral de Futebol (hoje Fundação EPIF) e em tempos chegou a ser apontado como a grande esperança do futebol cabo-verdiano, tendo inclusive sido contratado SL Benfica, onde acabou por ser companheiro de equipa de Manuel Fernandes. Porém, Bijou passou ao lado daquilo que pretendia conseguir no Benfica (clube que representou em 2004/05 e 2005/06 proveniente do Sporting Clube da Praia).

Nascido e criado no bairro de Achada de Santo António, cidade da Praia, Bijou já passou por clubes como o Sporting da Praia, Benfica, Gondomar, Fátima, Fafe, Pinhalnovense, Arouca, Atlético e agora o Varzim. Sem esquecer que esteve a um passo de representar o Phoenix FC, equipa pertencente ao campeonato norte-americano.

Bijou aceitou conversar com o SEKA PELI INFO onde ele abordou os diferentes temas da sua carreira, sem esquecer dos Jogos da Lusofonia em Macau e de mencionar Tigana, Platini e Manuel Fernandes como os colegas de equipa que mais o marcaram. Confira os melhores momentos…

 “(…) neste momento a seleção está bem servido. Temos jogadores de grande qualidade e vão aparecer ainda mais jogadores, “os Tubarões Azuis estão na boca do mundo” e estando na selecção outras portas podem abrir”



Formado na Escola de Preparação Integral de Futebol (EPIF), Bijou chegou a ser apontado como a grande esperança do futebol cabo-verdiano, tendo passado pelo Sport Lisboa e Benfica. O que é que faltou para que o Bijou pudesse afirmar como um grande talento? Ou ficasse em definitivo no SL Benfica?

R: Faltou muita coisa… primeiro de tudo faltou fazer as escolhas certas. Quando sai do Benfica foi por escolha minha. Na altura tinha renovado o contrato, mas um empresário tinha vindo falar comigo que tinha uma proposta que seria bom pra mim e que eu tinha que rescindir com o Benfica para poder assinar esse suposto contrato. Depois de rescindir nunca mais soube desse empresário nem do “contrato” em causa.

Há dois anos, Bijou foi uma das peças importantes na subida inédita do Arouca à I Liga, tendo inclusive marcado o golo da vitória contra o Feirense que foi crucial para a subida dos arouquenses, porém surpreendentemente não entrou nas contas do treinador Pedro Emanuel para a época seguinte. Porquê? O que é lhe disseram?

R: Parece piada mas não fiquei no Arouca porque confiei novamente nas pessoas erradas e fui outra vez enganado.
Subimos de divisão renovei o contrato por mais 2 anos e fui de férias. Cheguei para fazer a pré-época no dia em que me disseram. Mais tarde, ainda na pré-temporada, o treinador disse-me que não contava comigo porque tinham contratado novos jogadores para a minha posição. Eu entendi que era a escolha dele e que tinha que respeitar a sua decisão, entretanto estava tranquilo porque pensava que tinha contrato com o Arouca. Como os responsáveis do clube não encontraram uma solução para mim, alegaram que não tinha assinado nenhum contrato. Porém a culpa foi toda minha porque assinei o contrato e fui de férias sem levar comigo uma cópia. E pronto fiquei a perder mais uma vez…

Certamente ficou muito triste porque ficou a um passo de realizar um sonho, que seria jogar num campeonato onde teria maior visibilidade que a II Liga.

R: Claro que sim! Como todos os outros jogadores quero jogar numa liga competitiva. Mas a cada dia que passa, as coisas no futebol acontecem de uma maneira muito estranha e ficas sem perceber o porquê. É muito revoltante.

Depois do Sporting da Praia, Bijou já passou pelo Benfica, Gondomar, Fátima, Fafe, Pinhalnovense, Arouca, Atlético e agora o Varzim. De todos os clubes mencionados, onde se sentiu melhor? Onde sentiu que realizou a melhor temporada?

R: No Fafe porque foi numa altura em que estava a tentar voltar a gostar do futebol e sentia que as pessoas gostavam de mim e não me estavam a enganar, deram-me a oportunidade de poder estar com a cabeça só no futebol. No Arouca por ter conseguido fazer história. Mas é claro que o Benfica é o sonho de todos os jovens jogadores e eu era considerado uma promessa e sentir a dimensão do clube, em todos os treinos, todos os jogos desde juniores… não há palavras! (risos)

“EPIF é uma escola onde aprendes a ser disciplinado e onde ajudam-te a crescer não só como jogador mas também como homem.”



O que é que aconteceu e que impediu a ida do Bijou (e do Tigana) para o Phoenix FC, equipa pertencente ao campeonato norte-americano?

R: O empresário que estava a tratar disso na altura explicou para nas redes socias o que realmente aconteceu. Foi sobretudo problemas de dívidas que apareceram no clube e os responsáveis tiveram que vender o clube a outros proprietários e os novos donos do clube não queriam contratar jogadores estrangeiros

Fala-nos da tua passagem pela EPIF.

R: EPIF é a escola de todos os jogadores cabo-verdianos ou da maioria daqueles que agora jogam fora de Cabo Verde e que fazem de futebol a sua vida. É a escola que te prepara para quando surgir uma oportunidade. Aprendes muitas coisas que te vão ajudar aqui na Europa. Lembrar da EPIF, é lembrar da alegria de poderes estar com os teus amigos. Resumindo numa só frase: é uma escola onde aprendes a ser disciplinado e onde ajudam-te a crescer não só como jogador mas também como homem

“No futebol não há milagres, mas também nada é impossível.”



Bijou já representou Cabo Verde nas seleções jovens, se não nos falha a memória, chegou a fazer parte da seleção de Cabo Verde que participou nos Jogos da Lusofonia em Macau. Certo? Conta-nos como foi essa experiência.

R: Sim, já joguei nos sub-16 e na seleção sub-21 em Macau. É sempre bom representar o teu país seja nas camadas jovens ou na seleção principal, é um motivo de orgulho. Em Macau correu bem acabamos por vencer a medalha de bronze, fruto do bom trabalho que fizemos.
Acredita na possibilidade de um dia ser chamado a seleção nacional? Se sim, o que acha que tem a fazer para que esse sonho se torne realidade?

R: No futebol não há milagres, mas também nada é impossível. Eu continuo a fazer o meu trabalho nos clubes por onde tenho passado, mas a selecção neste momento como todos os cabo-verdianos sou um adepto apenas… apoio sempre e tenho orgulho de ver o percurso da seleção. Como já disse não é uma obsessão minha ser chamado a seleção nacional, no entanto é claro que ser chamado é o topo da tua carreira e se tiver uma oportunidade seria um orgulho. Só que no meu ponto de vista, neste momento a seleção está bem servido. Temos jogadores de grande qualidade e vão aparecer ainda mais jogadores, filhos de emigrantes, a quererem ir para seleção porque como se diz por aí “os Tubarões Azuis estão na boca do mundo” e estando na seleção outras portas podem abrir para ti.

Qual o jogador que mais o marcou como colega de equipa, em Cabo Verde e em Portugal?

R: Em Portugal foi o Manuel Fernandes (ex-Benfica), tive oportunidade de treinar e de jogar com ele. Em em Cabo Verde foi o Platini (CSKA de Sofia) e o Tigana (Sporting da Praia).

Quais os seus planos para o futuro?

R: Não faço planos a longo prazo, penso no dia-a-dia. Neste momento estou no Varzim e penso no Varzim.

Quem são seus ídolos e quem o inspira?

R: Meu ídolo sempre foi o Zidane. Após ter trabalhado com o Manuel Fernandes passei a tê-lo como uma inspiração, uma referência.

SEKA PELI INFO: Obrigado pela conversa e que a tua caminhada continue sendo construída na base de sucessos. Obrigado pelo empenho e pela disponibilidade.


Por: Nilton Ravier Cesare








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