GRANDE
ENTREVISTA SÉKA PELI INFO
Nome completo:
Davidson Renato da Cruz Coronel
Alcunha:
Bijou
Data de nascimento:
1986-04-14 (28 anos)
Clube atual:
Varzim
Posição:
Médio defensivo / Médio centro
Davidson Renato da Cruz
Coronel, ou
simplesmente Bijou para o mundo do futebol, foi formado na Escola de Preparação
Integral de Futebol (hoje Fundação EPIF) e em tempos chegou a ser apontado como
a grande esperança do futebol cabo-verdiano, tendo inclusive sido contratado SL
Benfica, onde acabou por ser companheiro de equipa de Manuel Fernandes. Porém,
Bijou passou ao lado daquilo que pretendia conseguir no Benfica (clube que
representou em 2004/05 e 2005/06 proveniente do Sporting Clube da Praia).
Nascido e criado no bairro de Achada
de Santo António, cidade da Praia, Bijou já passou por clubes como o Sporting
da Praia, Benfica, Gondomar, Fátima, Fafe, Pinhalnovense, Arouca, Atlético e
agora o Varzim. Sem esquecer que esteve a um passo de representar o Phoenix FC,
equipa pertencente ao campeonato norte-americano.
Bijou aceitou conversar com o SEKA PELI INFO onde ele abordou os
diferentes temas da sua carreira, sem esquecer dos Jogos da Lusofonia em Macau
e de mencionar Tigana, Platini e Manuel Fernandes como os colegas de equipa que
mais o marcaram. Confira os melhores momentos…
Formado
na Escola de Preparação Integral de Futebol (EPIF), Bijou chegou a ser apontado
como a grande esperança do futebol cabo-verdiano, tendo passado pelo Sport
Lisboa e Benfica. O que é que faltou para que o Bijou pudesse afirmar como um
grande talento? Ou ficasse em definitivo no SL Benfica?
R:
Faltou
muita coisa… primeiro de tudo faltou fazer as escolhas certas. Quando sai do
Benfica foi por escolha minha. Na altura tinha renovado o contrato, mas um
empresário tinha vindo falar comigo que tinha uma proposta que seria bom pra
mim e que eu tinha que rescindir com o Benfica para poder assinar esse suposto
contrato. Depois de rescindir nunca mais soube desse empresário nem do
“contrato” em causa.
Há
dois anos, Bijou foi uma das peças importantes na subida inédita do Arouca à I
Liga, tendo inclusive marcado o golo da vitória contra o Feirense que foi
crucial para a subida dos arouquenses, porém surpreendentemente não entrou nas
contas do treinador Pedro Emanuel para a época seguinte. Porquê? O que é lhe
disseram?
R:
Parece
piada mas não fiquei no Arouca porque confiei novamente nas pessoas erradas e
fui outra vez enganado.
Subimos de divisão
renovei o contrato por mais 2 anos e fui de férias. Cheguei para fazer a pré-época no dia em que me disseram. Mais tarde, ainda na pré-temporada, o treinador disse-me
que não contava comigo porque tinham contratado novos jogadores para a minha posição.
Eu entendi que era a escolha dele e que tinha que respeitar a sua decisão,
entretanto estava tranquilo porque pensava que tinha contrato com o Arouca. Como
os responsáveis do clube não encontraram uma solução para mim, alegaram que não
tinha assinado nenhum contrato. Porém a culpa foi toda minha porque assinei o
contrato e fui de férias sem levar comigo uma cópia. E pronto fiquei a perder
mais uma vez…
Certamente
ficou muito triste porque ficou a um passo de realizar um sonho, que seria
jogar num campeonato onde teria maior visibilidade que a II Liga.
R:
Claro
que sim! Como todos os outros jogadores quero jogar numa liga competitiva. Mas
a cada dia que passa, as coisas no futebol acontecem de uma maneira muito
estranha e ficas sem perceber o porquê. É muito revoltante.
Depois
do Sporting da Praia, Bijou já passou pelo Benfica, Gondomar, Fátima,
Fafe, Pinhalnovense, Arouca, Atlético e agora o Varzim. De todos os clubes
mencionados, onde se sentiu melhor? Onde sentiu que realizou a melhor
temporada?
R:
No Fafe porque foi numa altura em que estava a tentar voltar a gostar do
futebol e sentia que as pessoas gostavam de mim e não me estavam a enganar,
deram-me a oportunidade de poder estar com a cabeça só no futebol. No Arouca
por ter conseguido fazer história. Mas é claro que o Benfica é o sonho de todos
os jovens jogadores e eu era considerado uma promessa e sentir a dimensão do
clube, em todos os treinos, todos os jogos desde juniores… não há palavras!
(risos)
“EPIF
é uma escola onde aprendes a ser disciplinado e onde ajudam-te a crescer não só
como jogador mas também como homem.”
O que é que
aconteceu e que impediu a ida do Bijou (e do Tigana) para o Phoenix FC, equipa
pertencente ao campeonato norte-americano?
R: O
empresário que estava a tratar disso na altura explicou para nas redes socias o
que realmente aconteceu. Foi sobretudo problemas de dívidas que apareceram no
clube e os responsáveis tiveram que vender o clube a outros proprietários e os
novos donos do clube não queriam contratar jogadores estrangeiros
Fala-nos da tua
passagem pela EPIF.
R: EPIF é a escola de todos os jogadores cabo-verdianos
ou da maioria daqueles que agora jogam fora de Cabo Verde e que fazem de
futebol a sua vida. É a escola que te prepara para quando surgir uma
oportunidade. Aprendes muitas coisas que te vão ajudar aqui na Europa. Lembrar
da EPIF, é lembrar da alegria de poderes estar com os teus amigos. Resumindo
numa só frase: é uma escola onde aprendes a ser disciplinado e onde ajudam-te a
crescer não só como jogador mas também como homem
“No
futebol não há milagres, mas também nada é impossível.”
Bijou
já representou Cabo Verde nas seleções jovens, se não nos falha a memória,
chegou a fazer parte da seleção de Cabo Verde que participou nos Jogos da
Lusofonia em Macau. Certo? Conta-nos como foi essa experiência.
R:
Sim, já joguei nos sub-16 e na seleção sub-21 em Macau. É sempre bom
representar o teu país seja nas camadas jovens ou na seleção principal, é um
motivo de orgulho. Em Macau correu bem acabamos por vencer a medalha de bronze,
fruto do bom trabalho que fizemos.
Acredita
na possibilidade de um dia ser chamado a seleção nacional? Se sim, o que acha que tem a fazer para que esse sonho se torne
realidade?
R:
No futebol não há milagres, mas também nada é impossível. Eu continuo a fazer o
meu trabalho nos clubes por onde tenho passado, mas a selecção neste momento
como todos os cabo-verdianos sou um adepto apenas… apoio sempre e tenho orgulho
de ver o percurso da seleção. Como já disse não é uma obsessão minha ser
chamado a seleção nacional, no entanto é claro que ser chamado é o topo da tua
carreira e se tiver uma oportunidade seria um orgulho. Só que no meu ponto de
vista, neste momento a seleção está bem servido. Temos jogadores de grande
qualidade e vão aparecer ainda mais jogadores, filhos de emigrantes, a quererem
ir para seleção porque como se diz por aí “os Tubarões Azuis estão na boca do
mundo” e estando na seleção outras portas podem abrir para ti.
Qual
o jogador que mais o marcou como colega de equipa, em Cabo Verde e em Portugal?
R:
Em
Portugal foi o Manuel Fernandes (ex-Benfica), tive oportunidade de treinar e de
jogar com ele. Em em Cabo Verde foi o Platini (CSKA de Sofia) e o Tigana
(Sporting da Praia).
Quais os
seus planos para o futuro?
R:
Não faço planos a longo prazo, penso no dia-a-dia. Neste momento estou no
Varzim e penso no Varzim.
Quem são
seus ídolos e quem o inspira?
R:
Meu
ídolo sempre foi o Zidane. Após ter trabalhado com o Manuel Fernandes passei a
tê-lo como uma inspiração, uma referência.
SEKA PELI
INFO: Obrigado pela conversa e que a tua caminhada continue sendo
construída na base de sucessos. Obrigado pelo empenho e pela
disponibilidade.
Por: Nilton Ravier Cesare
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